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A fibromialgia [SFM] é uma síndrome comum, não articular e não inflamatória caracterizada por dor generalizada; sensibilidade generalizada dos músculos, áreas ao redor de inserções tendíneas e tecidos moles adjacentes; rigidez muscular; fadiga; confusão mental; transtorno do sono; e diversos outros sintomas somáticos.

Seu diagnóstico clínico baseia-se em critérios definidos como dor generalizada, cronicidade dos sintomas e ausência de uma explicação alternativa¹. Embora a fisiopatologia da fibromialgia permaneça obscura, acredita-se estar relacionada a um fenômeno de sensibilização central caracterizado por disfunção neurocircuitada afetando o aparelho locomotor².

Prevalência da fibromialgia

A SFM possui prevalência estimada de 5-7% no mundo, com prevalência média entre as populações americana e europeia de 4%, sendo mais comum em mulheres (com uma proporção 2:1), e pode se desenvolver em qualquer idade. Esta doença também coexiste com outras patologias reumáticas³. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença se manifesta em cerca de 2% a 3% da população adulta. Acomete principalmente mulheres entre 30 e 55 anos de idade⁴.

Impacto na qualidade de vida e cannabis medicinal

A dificuldade de locomoção, a dor crônica e o sono prejudicado causam uma queda considerável na qualidade de vida do paciente portador da síndrome, e é importante enfatizar que o uso de analgésicos comuns (que funcionam muito bem em quadros agudos), não ajudam em casos crônicos. Em razão disso, a Cannabis medicinal tem se mostrado um ótimo recurso (principalmente no controle da dor crônica, promovendo um efeito analgésico e anti-inflamatório) como tratamento para a SFM⁵. Este artigo visa demonstrar isso com base nos estudos de caso levantados.

Formas de tratamentos convencionais 

Para obter alívio da fibromialgia, recomenda-se exercícios de alongamento diários dos músculos afetados, exercícios aeróbicos, sono adequado, calor local, massagem suave e monitoramento do estresse (como respiração, meditação e suporte psicológico). Sedativos podem ser usados para melhorar o sono, com preferência por baixas doses de antidepressivos tricíclicos ou ciclobenzaprina para promover sono profundo e reduzir a dor muscular.

Medicamentos e terapias complementares

Analgésicos não opióides, como paracetamol e AINEs, podem ajudar, enquanto os opióides devem ser evitados. Medicamentos como pregabalina, duloxetina e milnaciprana podem ser usados junto com exercícios. Injeções ocasionais de bupivacaína ou lidocaína são opções para tratar áreas específicas de sensibilidade, mas não devem ser o tratamento primário. Medicamentos que agravam problemas de sono devem ser evitados e transtornos psicológicos decorrentes da condição devem ser tratados com especialistas.

Terapias complementares para fibromialgia

Ainda, terapias complementares como capsaicina, biofeedback, massagem, hipnoterapia e intervenções quiropráticas são recomendadas pela EULAR, embora as evidências de sua eficácia não sejam sempre robustas⁶. 
 


Tabela de Sintomas Fisiológicos e Psicológicos da Fibromialgia

Dor Generalizada¹Sensibilidade Generalizada dos Músculos¹
Rigidez Muscular¹Fadiga¹
Confusão Mental¹Transtorno do Sono¹
Dificuldade de Locomoção¹Sensibilidade aumentada a estímulos⁴
Dificuldade de Concentração; Perda de Memória⁴Alteração de Humor⁴
Problemas Digestivos⁷Cefaléia (Enxaqueca)⁸
Depressão⁹Ansiedade⁹
Sensação de “Cérebro Enevoado”⁹Estresse Elevado ¹⁰
Distúrbios Cognitivos Leves ¹²

Medicina integrativa: CBD e qualidade de vida como meta no tratamento da fibromialgia

O uso terapêutico da cannabis é permitido em vários países, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que vários estudos demonstram os efeitos terapêuticos dos canabinóides. Evidências substanciais apontam que a cannabis e seus derivados são eficazes no tratamento da dor crônica em adultos, na redução de náuseas e vômitos causados pela quimioterapia, e na melhora dos sintomas de espasticidade em pacientes com esclerose múltipla. Há também evidências moderadas de que a cannabis pode melhorar os resultados do sono a curto prazo em pessoas com distúrbios do sono relacionados à síndrome da apneia obstrutiva do sono, fibromialgia, dor crônica e esclerose múltipla. Além disso, existem evidências limitadas sobre seu efeito no aumento do apetite e na diminuição da perda de peso associada ao HIV/AIDS, na melhora dos sintomas da síndrome de Tourette e na redução da ansiedade em indivíduos com transtorno de ansiedade social¹³.

Eficácia da cannabis em ambientes clínicos

Em ambientes clínicos, formulações de cannabis têm sido usadas para estudar sua eficácia na redução da dor quando tratamentos tradicionais falharam. Os canabinóides são úteis no tratamento de doenças reumáticas devido à sua atividade anti-inflamatória e imunomoduladora, além de seu efeito analgésico, que é mediado principalmente pelos receptores canabinóides através da inibição do ácido gama-aminobutírico pré-sináptico (GABA) e da transmissão glutamatérgica.

Receptores canabinóides e seus efeitos terapêuticos

Existem dois tipos de receptores canabinóides (CB) no corpo humano: CB1, predominantemente no sistema nervoso central, e CB2, principalmente fora do sistema nervoso central. A ativação desses receptores tem efeitos antinociceptivos, controlando a percepção da dor, e desempenha um importante papel anti-inflamatório em condições de dor crônica¹⁴.

Estudos de caso

Estudo de Caso 1: investigação dos efeitos do óleo de cannabis em modelo animal de fibromialgia

O primeiro estudo de caso analisado pelo presente artigo foi realizado por cientistas da pós graduação em Neurociências da UFSCI, publicado na revista Biomedicina e Farmacoterapia, e divulgado pela Science Direct². Para os testes, os cientistas utilizaram diferentes materiais e métodos para investigar os efeitos do óleo de cannabis de amplo espectro em um modelo animal de fibromialgia. A reserpina e a pregabalina foram usadas como comparações. Camundongos fêmeas Swiss foram induzidos com reserpina para simular a condição, seguido pela administração oral única e crônica do óleo de cannabis em várias doses. Testes comportamentais, como hiperalgesia mecânica e alodinia térmica, foram realizados em diferentes intervalos após o tratamento. Análises estatísticas adequadas foram aplicadas para avaliar os resultados.

Resultados do Modelo de Administração Oral

No modelo de administração oral, observou-se que doses únicas de 0,1, 1 e 3 mg/kg do óleo reduziram significativamente a hiperalgesia mecânica induzida pela reserpina após duas horas de tratamento. Além disso, o tratamento oral por quatro dias com a dose de 0,1 mg/kg também demonstrou redução na hiperalgesia mecânica uma hora após a administração de reserpina. No entanto, não foram encontrados efeitos significativos nas avaliações de alodinia térmica ou alodinia ao frio.

Resultados do Modelo de Administração Intraplantar e Intratecal

Ao considerar a administração intraplantar do óleo, observou-se que 100 µg reverteu tanto a nocicepção mecânica quanto a alodinia térmica induzidas pela reserpina, destacando-se uma inibição de 61% na nocicepção mecânica após duas horas de tratamento. Adicionalmente, tanto a administração intratecal quanto a intracerebroventricular do óleo (1 µg e 2 µg, respectivamente) mostraram efeitos analgésicos significativos na nocicepção mecânica, com inibições de 27% e 43% respectivamente, embora a administração intracerebroventricular tenha mostrado efeitos apenas após três horas de tratamento.

Efeitos do tratamento crônico com óleo de cannabis

Finalmente, o tratamento crônico oral com óleo de cannabis de amplo espectro por dez dias reduziu a hiperalgesia mecânica induzida pela reserpina, mas não teve efeitos significativos nas alterações nociceptivas térmicas a longo prazo. Além disso, esse tratamento mostrou efeitos positivos no comportamento anedônico e reduziu o comportamento depressivo em modelos comportamentais, sem afetar o comportamento ansioso ou as atividades locomotoras dos animais. Esses resultados sugerem que o óleo de cannabis de amplo espectro pode ser eficaz no alívio da dor e na melhoria de sintomas comportamentais associados à fibromialgia induzida por reserpina, dependendo da via de administração e do regime de tratamento utilizado.

Estudo de caso 2: ensaio clínico sobre o uso de cannabis em mulheres com fibromialgia

O segundo estudo de caso analisado foi um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, realizado por cientistas da UFSC, na Escola de Saúde Pública de Florianópolis, no Brasil, com dados coletados no período de setembro a novembro de 2019¹⁵. O estudo foi conduzido durante oito semanas para determinar o benefício de um óleo de cannabis rico em tetrahidrocanabinol e canabidiol (24,44 mg/mL de THC e 0,51 mg/mL de CBD) nos sintomas e na qualidade de vida de 17 mulheres com fibromialgia. A dose inicial foi de 1,22 mg de THC e 0,02 mg de CBD por dia, com aumentos subsequentes de acordo com os sintomas.

Resultados do Ensaio Clínico

Os resultados apontam que não houve diferenças significativas na pontuação inicial do FIQ entre os grupos. No entanto, após a intervenção, o grupo que consumiu o produto a base de cannabis apresentou uma diminuição significativa na pontuação do FIQ em comparação com o grupo placebo (P = 0,005) e em comparação com a pontuação inicial do grupo cannabis. (P < 0,001). Analisando itens isolados do FIQ, o grupo cannabis apresentou melhora significativa nos quesitos “sentir-se bem”, “dor”, “fazer trabalho” e “fadiga”; o grupo placebo apresentou melhora significativa apenas no quesito “depressão”. Não houve efeitos adversos intoleráveis.

Estudo de caso 3: estudo retrospectivo em pacientes com fibromialgia na Itália

Por último, mas não menos importante, analisamos um estudo retrospectivo conduzido na clínica de dor do Nuovo Ospedale degli Infermi de Ponderano (Biella, Itália), realizado com base em relatórios médicos de pacientes com fibromialgia resistentes às terapias convencionais¹⁶. Foram analisados dados de pacientes entre 1º de junho de 2016 e 31 de outubro de 2018. Setenta e cinco pacientes com diagnóstico prévio de fibromialgia foram avaliados e trinta e oito pacientes foram incluídos nos testes.

Resultados do estudo retrospectivo

Os pacientes receberam medicamentos à base de cannabis com diferentes conteúdos de THC e CBD, administrados como flores inteiras em pó (decocção ou vaporização) ou extratos de óleo. O teste foi realizado com flores moídas administradas como medicamento dominante em THC e medicamento híbrido (THC+CBD) a dosagem foi de 200 mg/dia e 400 mg/dia, respectivamente. Após três meses, o conteúdo médio de THC administrado com cultivares de cannabis medicinal (MC) com predominância de THC foi de 46,2 mg; de THC + CBD administrado com uma cultivar de MC híbrida foi de 23,6 mg + 38 mg. Aos 3 meses, o conteúdo médio de THC administrado no extrato oleoso dos medicamentos com predominância de THC foi de 9,7 mg, enquanto o de THC + CBD administrado no extrato oleoso das cultivares híbridas MC foi de 1,8 mg + 2 mg. 

Melhorias e efeitos colaterais observados

Melhorias significativas (p < 0,01) foram observadas em NRS, ODI, WPI e SyS em 1 mês; em NRS, ODI e WPI aos 3 meses; e em NRS, ODI e SyS aos 12 meses. Os efeitos colaterais mais comuns foram confusão mental (37%), tontura (14%), náusea/vômito (14%) e inquietação/irritação (14%). 

Dosagem

As doses sugeridas não são orientações médicas, apenas uma sugestão de direcionamento com base em estudos científicos publicados sobre o assunto (vide referências de 17 a 21). Para cada indicação clínica estão os artigos científicos para consulta.

Na literatura médica, é recomendado alcançar a dose ideal para o paciente através da titulação a partir dos menores valores iniciais e aumentando gradualmente.

Em alguns casos, a dose mínima pode ser a melhor dose para o paciente. A recomendação é iniciar com uma dose diária de CBD entre 5 e 25mg (com ou sem THC, geralmente presente em 0,2% nas formulações). 

Conclusão

Concluindo os achados revisados sobre o uso terapêutico da cannabis na fibromialgia, observa-se um crescente interesse e pesquisa na eficácia dos canabinóides para o manejo da dor crônica oriunda da fibromialgia.

Estudos experimentais, ensaios clínicos e revisões sistemáticas sugerem que os canabinóides, incluindo o THC e o CBD, possuem propriedades analgésicas significativas, além de potencial para melhorar sintomas associados como distúrbios do sono e depressão.


Os estudos revisados indicam que a cannabis pode ser especialmente benéfica quando outros tratamentos convencionais falham, oferecendo uma alternativa promissora para pacientes com fibromialgia que buscam alívio sintomático.

No entanto, enquanto a cannabis emerge como uma opção terapêutica viável, especialmente em contextos de dor crônica resistente, a implementação clínica deve ser cuidadosamente monitorada e personalizada, adaptando-se a dosagens e formas de administração com base nas necessidades individuais e nas respostas clínicas dos pacientes.

Essa abordagem pode otimizar os benefícios terapêuticos enquanto minimiza potenciais riscos, assegurando assim um cuidado integral e eficaz para os pacientes com fibromialgia.

Referências

¹ DALAL, Deepan S. MD, MPH, Brown University. Fibromialgia. Manual MSF para profissionais da saúde. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/bursite,-tendinite-e-fibromialgia/fibromialgia. Acesso em maio de 2024.

² Eduarda Gomes Ferrarini, Rodrigo Sebben Paes, Gabriela Mantovani Baldasso, Pollyana Mendonça de Assis, Murilo Chaves Gouvêa, Paola De Cicco, Nádia Rezende Barbosa Raposo, Raffaele Capasso, Eduardo Luiz Gasnhar Moreira, Rafael Cypriano Dutra. Broad-spectrum cannabis oil ameliorates reserpine-induced fibromyalgia model in mice, Biomedicine & Pharmacotherapy, Volume 154, 2022, 113552, ISSN 0753-3322 Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0753332222009416. Acesso em maio de 2024.

³ Khurshid H, Qureshi IA, Jahan N, Went TR, Sultan W, Sapkota A, Alfonso M. A Systematic Review of Fibromyalgia and Recent Advancements in Treatment: Is Medicinal Cannabis a New Hope? Cureus. 2021 Aug 20;13(8):e17332. doi: 10.7759/cureus.17332. PMID: 34567876; PMCID: PMC8451533. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8451533/. Acesso em maio de 2024.

⁴ Sociedade brasileira de reumatologia. Cartilha de fibromialgia. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/cartilhas/. Acesso em maio de 2024.

⁵ CASALI, Paulo. Cannabis medicinal pode ajudar no tratamento de dor crônica. Publicado em 2024. Disponível em: https://paulocasali.com.br/cannabis-medicinal-pode-ajudar-no-tratamento-de-dor-cronica#:~:text=ocorre%20em%20idosos.-,Cannabis%20medicinal%20pode%20controlar%20a%20dor%20cr%C3%B4nica%3F,h%C3%A9rnias%20de%20disco%20ou%20cefal%C3%A9ia. Acesso em maio de 2024.

⁶ Macfarlane GJ, Kronisch C, Dean LE, et al: EULAR revised recommendations for the management of fibromyalgia. Ann Rheum Dis. 76(2):318-328, 2017. doi: 10.1136/annrheumdis-2016-209724. Epub 2016 Jul 4. PMID: 27377815.

⁷ Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG. Saúde com ciência. Síndrome do intestino irritável é comum em pacientes com fibromialgia.  2023. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/sindrome-do-intestino-irritavel-e-prevalente-em-pacientes-com-fibromialgia/#:~:text=A%20fibromialgia%2C%20doen%C3%A7a%20que%20causa,a%20Sociedade%20Brasileira%20de%20Reumatologia. Acesso em maio de 2024.

⁸ TRILICO, Matheus. Quais são as causas e os sintomas da fibromialgia? 2020. Disponivel em: https://blog.matheustriliconeurologia.com.br/sintomas-fibromialgia/#:~:text=Dores%20de%20cabe%C3%A7a%20frequentes%20tamb%C3%A9m,intenso%20ao%20longo%20do%20corpo. Acesso em maio de 2024.

⁹ DOS SANTOS, Emanuella Barros; JUNIOR, Lucindo José Quintans; FRAGAL, Byanka Porto; MACIEIRA, José Caetano; BONJARDIM, Leonardo Rigoldi. Avaliação dos sintomas de ansiedade e depressão em fibromiálgicos. Rev. esc. enferm. USP 46 (3) • Jun 2012 • https://doi.org/10.1590/S0080-62342012000300009

¹⁰ TORRES, Priscila. GRUPAR-BR. Grupo de Apoio ao Paciente Reumático Brasileiro. Disponível em: https://encontrar.org.br/fibromialgia-e-exercicios-fisicos/. Acesso em maio de 2024.

¹¹ REIS, Maria de Jesus Dutra dos; RABELO, Laura Zamot. Fibromialgia e estresse: explorando relações. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 18, n. 2, p. 399-414, 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2010000200014&lng=pt&nrm=iso. Acesso em maio de 2024.

¹² DE MELO, Lucylle Fróis; DA SILVA, Sérgio Leme. Análise neuropsicológica de distúrbios cognitivos em pacientes com fibromialgia, artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. Rev. Bras. Reumatol. 52 (2) • Abr 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/dpS3HfgYcZWC3bk6NjkFVRR/. Acesso em maio de 2024.

¹³ Ana L.G. de Brito Siqueira, Pedro V.V. Cremasco, Juliana O. Bahú, Aline Pioli da Silva, Lucas R. Melo de Andrade, Paula G.A. González, Sara Crivellin, Viktor O. Cárdenas Concha, Karolline Krambeck, Leandro Lodi, Patrícia Severino, Eliana B. Souto. Phytocannabinoids: Pharmacological effects, biomedical applications, and worldwide prospection. Journal of Traditional and Complementary Medicine, Volume 13, Issue 6, 2023, Pages 575-587, ISSN 2225-4110, https://doi.org/10.1016/j.jtcme.2023.08.006.

¹⁴ Khurshid H, Qureshi IA, Jahan N, Went TR, Sultan W, Sapkota A, Alfonso M. A Systematic Review of Fibromyalgia and Recent Advancements in Treatment: Is Medicinal Cannabis a New Hope? Cureus. 2021 Aug 20;13(8):e17332. doi: 10.7759/cureus.17332. PMID: 34567876; PMCID: PMC8451533.

¹⁵ Chaves, C.; Bittencourt, P. C. T.; Pelegrini, A. (2020). Ingestão de óleo de cannabis rico em THC em pessoas com fibromialgia: um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Dor Med., 21(10), 2212–2218. Publicado on-line em 28 de outubro de 2020. doi: 10.1093/pm/pnaa303. PMID: 33118602. IDPM: PMC7593796.

¹⁶ Mazza M. Medical cannabis for the treatment of fibromyalgia syndrome: a retrospective, open-label case series. J Cannabis Res. 2021 Feb 17;3(1):4. doi: 10.1186/s42238-021-00060-6. PMID: 33597032; PMCID: PMC7890993.

¹⁷ Baron EP. Medicinal Properties of Cannabinoids, Terpenes, and Flavonoids in Cannabis, and Benefits in Migraine, Headache, and Pain: An Update on Current Evidence and Cannabis Science. Headache. 2018; 58 (7): 1139-1186. doi: 10.1111/head.13345. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30152161/. Acesso em maio de 2024.

¹⁸ Bhaskar A, Bell A, Boivin M, Briques W, Brown M, Clarke H, Cyr C, Eisenberg E, de Oliveira Silva RF, Frohlich E, Georgius P, Hogg M, Horsted TI, MacCallum CA, Müller-Vahl KR, O’Connell C, Sealey R, Seibolt M, Sihota A, Smith BK, Sulak D, Vigano A, Moulin DE. Consensus recommendations on dosing and administration of medical cannabis to treat chronic pain: results of a modified Delphi process. J Cannabis Res. 2021; 3(1): 22. doi: 10.1186/s42238-021- 00073-1. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34215346/. Acesso em maio de 2024.

¹⁹ Blake DR, Robson P, Ho M, Jubb RW, McCabe CS. Preliminary assessment of the efficacy, tolerability and safety of a cannabis-based medicine (Sativex) in the treatment of pain caused by rheumatoid arthritis. Rheumatology (Oxford). 2006; 45 (1): 50-2. doi: 10.1093/rheumatology/kei183. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16282192/. Acesso em maio de 2024. 

²⁰ Nurmikko TJ, Serpell MG, Hoggart B, Toomey PJ, Morlion BJ, Haines D. Sativex successfully treats neuropathic pain characterised by allodynia: a randomised, double-blind, placebocontrolled clinical trial. Pain. 2007; 133 (1-3): 210-20. doi: 10.1016/j.pain.2007.08.028. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17997224/. Acesso em maio de 2024.

²¹ Serpell M, Ratcliffe S, Hovorka J, Schofield M, Taylor L, Lauder H, Ehler E. A double-blind, randomized, placebo-controlled, parallel group study of THC/CBD spray in peripheral neuropathic pain treatment. Eur J Pain. 2014; 18 (7): 999-1012. doi: 10.1002/j.1532- 2149.2013.00445.x. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24420962/ Acesso em maio de 2024.